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Como a matriz de degustação transforma a forma de apreciar charutos

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Introdução


Degustar um charuto é uma experiência que vai muito além do prazer estético. É um exercício de percepção, memória gustativa e linguagem técnica. Cada tragada pode despertar lembranças, criar conexões e revelar nuances que, até pouco tempo, ficavam restritas à subjetividade do degustador.


Foi pensando em trazer mais clareza e objetividade para esse universo que o Cigar Sommelier Bruno Pontes desenvolveu a Matriz de Degustação de Charutos. Uma ferramenta inédita que une ciência, tradição e prática, capaz de transformar a forma como apreciamos e descrevemos um charuto.


O Estudo: bases para entender o sabor


Antes de chegar à matriz, Bruno Pontes realizou um estudo aprofundado, inspirado em metodologias já consolidadas no mundo do vinho, do café e dos destilados, adaptando-as ao tabaco.


O ponto de partida está no conceito de sabor, entendido como uma experiência multimodal que integra:


  • Gosto: doce, amargo, ácido, salgado e umami.

  • Olfato: ortonasal e retronasal, captando compostos voláteis durante a fumada.

  • Sensações físicas: corpo, textura, calor, frescor e adstringência.

  • Memória e contexto: lembranças, expectativas e cultura do fumador.


Além disso, o estudo organizou os descritores em cinco famílias aromáticas principais:

  • Empireumáticos (torrados e defumados).

  • Vegetal & Terroso.

  • Especiarias & Minerais.

  • Floral & Frutado.

  • Animal & Lácteo.


Essa estrutura cria um vocabulário objetivo e compartilhável, que permite ao degustador sair do campo puramente subjetivo.


A Matriz: ferramenta prática para degustar charutos


A matriz desenvolvida por Bruno Pontes traduz o estudo em uma aplicação prática. Ela organiza os gostos básicos, suas combinações e as famílias aromáticas em um mapa sensorial, que orienta o degustador em cada etapa da experiência.

Na prática, o funcionamento é simples:


  1. Identificar o gosto predominante.

  2. Relacioná-lo a uma das famílias aromáticas.

  3. Selecionar o descritor mais próximo (como café expresso, baunilha, couro, frutas secas, etc.).

  4. Evoluir para combinações de dois ou três gostos, capturando a progressão natural do charuto durante a fumada.


Com isso, a matriz possibilita:


  • Maior precisão sensorial, reduzindo a subjetividade.

  • Um vocabulário comum para sommeliers, consumidores e profissionais.

  • Apoio em concursos, treinamentos e tabacarias.

  • Melhor embasamento para harmonizações técnicas com bebidas.


Conclusão


A Matriz de Degustação de Charutos, desenvolvida por Bruno Pontes, não é apenas uma tabela de descritores, mas uma inovação metodológica que coloca o charuto no mesmo patamar sensorial de vinhos, cafés e destilados.

Combinando ciência e prática, ela oferece um caminho claro para compreender, comunicar e valorizar a complexidade dessa tradição. Um recurso que amplia a experiência, enriquece o repertório dos apreciadores e abre novas possibilidades para a formação de profissionais e o desenvolvimento do setor.



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✍️ Por Bruno Pontes – Cigar Sommelier e autor de Entre folhas e fumos: A jornada do Tabaco

 
 
 

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